22.2.12
curtinho, para poupar i)
2.2.12
Terceiro.
29.8.11
sem_título i)
9.5.11
5.5.11
Livro dos despautérios vi)
12.4.11
Música lix)
25.3.11
Livro dos despautérios v)
16.3.11
12.3.11
Livro dos despautérios iv)
25.2.11
24.2.11
Livro dos despautérios iii)
6.2.11
Música xlxvi)
3.2.11
Livro dos despautérios ii)
19.1.11
Livro dos despautérios i)
18.1.11
Segundo.
24.12.10
Queijadas de Limão.
10.12.10
Café Cheio
4.12.10
Frio.
19.11.10
Música xlxiv)
18.11.10
Saudades Tuas.
12.11.10
Dívidas
4.11.10
Mau Maria.
3.11.10
Vinte e quatro.
25.10.10
Música xlxiii)
20.10.10
Outono, outra vez.
A vontade anda timbrosa e o humor anda como os dias, mais ou menos húmido. O amor anda caduco, desafina com qualquer ventinho e cai todo para o chão, como as folhitas estaladiças, que morrem todos os anos só para alimentar metáforas e que ficam por aí a amarelar a cidade até que alguém as apanhe. O malabarismo é difícil e a única certeza é que, ainda que esteja sol agora, mais logo pode chover, ou ao contrário, pouco importa para o caso. Os Outonos de ser gente obedecem, ainda que não por regra firme, à ordem das estações como as conhecemos, sendo, portanto, comummente precedidos por Verões quentes, melosos e curtos. É só no fim dos Verões que o sono tira férias, para garantir que não perdemos pitada do que vai esmorecendo à nossa volta, e damos por nós a tentar encontrar desculpas esfarrapadas para amaciar o espírito, como as cores que são tão bonitas, ou o cheiro que vem do chão, ou o quente das castanhas que, ao quilo, nos custam a jorna e os sapatos, e um bocadinho da alma, se formos mais pobres. Quem esteve atento às lições de estudo do meio, saberá de antemão que um bocadinho de persistência e uns meses de galhos despidos, apontados ao céu, são suficientes para que a sorte se denuncie e o jogo recomece do início. No entanto, por enquanto, é Outono, outra vez.
12.10.10
A Árvore da Música
8.10.10
25.9.10
23.9.10
Férias Grandes
Este vento fresco até ajuda e, se me concentrar, consigo alinhar a respiração com o acelerar da passada. Mais depressa. A calçada é tão bonita, toda entalada de improviso, mas não é tempo de passeios, que o balanço é precioso e não tenho paciência para lidar com o prejuízo de abrandar por um capricho. Mais depressa. As esquinas são traiçoeiras, custa dobrá-las à confiança que não vem ninguém do outro lado, não que me assuste a previsível violência de uma hipotética colisão, só estou desconfortável com o facto de não ter todas as variáveis sob controlo. Mais depressa. Deixo cair o casaco de capuz, a falta que me vai fazer é insignificante, comparada com o arrasto aerodinâmico que produz. Mais depressa. Sorrio por defeito, não tenho presença de espírito para esconder o meu entusiasmo dos transeuntes, sorri-me de volta um velho, Corre, corre por ti e por mim, rapaz. Mais depressa. Não esperava ter que dar mais de duas voltas ao prédio, afinal, e apesar de ter desprezado as pequenas hesitações das esquinas, os cento e sessenta e três metros, medidos a passo largo, deviam ser mais que suficientes. Mais depressa. Talvez tenha sobrestimado o meu poder de aceleração, ou talvez seja das sapatilhas. Mais depressa.
A calçada é mais simpática com a vista que com os joelhos. Custa abrir os olhos, assim a olhar para cima, Levanta-te rapaz, ouvi o velho rir enquanto me endireitava com uma força surpreendente, Para onde ias tu, a correr dessa maneira?
Não sei bem para onde ia, mas se as contas estiverem certas, sei bem para quando ia. A última coisa que recordo é ter sentido as pernas a ficar para trás, como seu eu estivesse a fugir de mim mesmo, deve ser isso que se sente quando se está prestes a conseguir. Acho que a tua mãe está a chamar, disse o velho enquanto me sacudia. Tinha ficado muito sério de repente e tinha ar de quem sabia exactamente o que eu estava a fazer, apesar de eu não ter dito nada.