3.2.09

Janela

Lá fora chove.
Cá dentro também.
Lá fora o vento dança despreocupado com as folhas.
Cá dentro vira folhas que teimam em falar comigo numa língua que não percebo.
Lá fora o tempo está cinzento.
Cá dentro, está com pressa.

A minha janela é uma porta para um mundo onde tudo faz mais sentido. Onde o frio gela os ossos e nos faz sentir vivos, onde a chuva bate nos olhos e não nos deixa abri-los.
A minha janela é a fronteira, o limite, a divisão. Entre o quente e o frio. Entre o conforto da luz e o incómodo do escuro. Entre os pés descalços e os pés molhados. Mas também entre a morte e a vida. Respectivamente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário