13.8.09

Candeeiro

Chegado de uma intensa semana de sol, poeira, tendas com vontade própria, banhos tardios no oceano e gin tónico barato, aterro noutro mundo.

Constância, Vila Poema, dá-se a conhecer como berço do Camões. Aqui, debaixo de um sol gigante, os minutos passam com a calma do vento. Encostados a uma sombra, uma imperial chama uma amiga, e a piscina parece um oásis.

Sabe bem parar por uma semana, respirar mais devagarinho e mais fundo, encher os pulmões até estalarem só para depois deitar tudo cá para fora outra vez.

Diz quem sabe que esta semana vai haver uma chuva de meteoritos, chamados Perseids, cuja próxima aparição está prevista para ser em 2125. Nem eu, e a não ser que exista algum truque que eu não saiba, nem ninguém está cá para essa próxima oportunidade, por isso é de aproveitar.

Aqui, onde as luzes têm a intensidade de um pirilampo a meio gás, talvez o céu me deixe ver a olho nu esse espectáculo. Sendo que a frequência de queda dos meteoritos ronda os cem por hora, tenho muitos desejos disponíveis para pedir ás estrelas que caem.

Neste momento, no vai-e-vem da rede onde vou adormecendo, as ideias vão todas fugindo ao mesmo ritmo. A luz, que me fazia companhia nestes horas tardias, também já foi dormir.


3 comentários:

  1. A 100 Perseids por hora dá para alugar espaço para os desejos alheios. Espero ter sido beneficiário de um, "umzinho" apenas, que tenha caído para os lados de onde viveu a minha alma. Bom texto.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Se um dia Aristóteles estivesse certo, e a criação por geração espontânea fosse uma realidade, juntávamos gin rançoso num banho nocturno no oceano, mandávamos a mistela para uma "tenda 1 2 3" esperávamos que o sol lhe batesse de torreira e não esquecer ir pulverizando com bocadinhos de pó e terra, e saia de lá... o Muna numa prancha de surf!

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