26.6.10

Música Portuguesa

Saiu há uns tempos (e aqui uns tempos são já uns anos) uma lei radiofónica. Essa lei obrigava a que se cumprissem quotas de tempo de antena para música portuguesa. Portanto as rádios são obrigadas, quer queiram quer não, a passar música portuguesa.

Isto é a prova do estado de decadência a que chegou a posição de Portugal em relação á sua própria música. Para as rádios a música portuguesa é tão de fugir, que é preciso sair uma lei para que seja tocada.

Mas o problema não está nas rádios, está nessa posição tão tipicamente portuguesa de que em Portugal não há nada de jeito, que tudo o que é bom vem de fora e que cantar em português é foleiro e / ou parolo. Não quero com isto dizer que tudo o que há em Portugal é espectacular e melhor que no resto do mundo, mas em relação á música há muitos projectos interessantes que têm uma publicidade e visibilidade miseráveis.

A grande maioria dos consumidores de música é consumidor de música que vem de fora. Comprar um CD de algum português? Tá quieto! Mesmo as grandes lojas apostam muito pouco em grupos novos. Quando decidem promover um CD / DVD, promovem quem já tem nome feito, que a bem dizer são quem precisa menos. Os Xutos & Pontapés ou o Rui Veloso já passaram a fase em que precisavam de outdoors gigantes e de publicidade agressiva para vender...

Ainda assim, acho que o panorama está a melhorar. Cada vez mais aparecem projectos interessantes e têm vindo a aparecer editoras pequenas que, a pouco e pouco e remando contra a maré, vão ganhando o seu espaço.

Talvez, em parte, isto se deva á lei que falei acima, não o nego. A única coisa que aponto é que a vontade de apostar em música portuguesa deveria ser voluntária e não imposta por lei. Talvez um dia aí cheguemos...

Um comentário:

  1. É um privilégio podermos assistir a esta fase tão criativa da música portuguesa...no meu i-pod já constam bandas tão boas quanto diferentes, de Oquestrada a Linda Martini :)

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