Não é uma caixa,
É antes um pequeno vaso com tampa
E lá dentro tenho todos os meus anseios,
Pesadelos, fobias e inseguranças...
Guardo lá tudo muito bem fechado
E sempre que tenho uma nova dor
Corro e escondo-a lá!
Longe da vista, longe do coração!
No outro dia, decidi escondê-la ainda mais.
Já não queria ter de a usar.
Enfrentaria as desventuras do dia-a-dia,
E assim, tentei não pôr as lágrimas lá dentro.
Não correu bem...
Quando peguei na caixa
Senti uma enorme vontade de a abrir.
Queria correr o risco
De remexer nas feridas mal saradas.
A adrenalina de ter a minha insanidade á vista
Aliciava-me incessantemente.
Abro, não abro, abro, não abro...
Abri.
Lá dentro estava a minha escuridão, o meu vazio,
A minha dor tinha-se evadido incontrolavelmente.
Tentei agarra-la,
Queria parar o momento e trancar lá tudo outra vez!
Impossível...
Como o álcool que se evapora,
Também a minha dor se dissipou.
Mas o odor doloroso da mágoa entrava pelas minhas narinas,
entranhava-se na minha pele, na minha roupa...
Olhei desesperada para o fundo da caixa vazia.
Vi um reflexo brilhante...
O que será?
Nem tudo estava perdido,
A ESPERANÇA tinha ficado presa ao fundo do vaso...
7.3.09
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