Resolvo-me pelo sofá (que sabe os meus ossos de cór) e respiro fundo para abrandar o mundo. Quando te tenho longe, sobra-me a memória, um monte de folhas de outono num rodopio de vento bravo, muito vagas, misturadas, confusas até.
A memória é assim, razão da equação dos sentidos pela lentidão dos momentos. Floresce e permanece na intensidade do sentir, esfuma-se com a pressa das acções (e a vida é uma corrida louca).
Retenho por isso, e apesar do meu cuidado em demorar cada instante nosso, uma pequenez inaceitável de recordações tuas. Setenta e sete horas não iam chegar para me satizfazer, mas a verdade é que, bem somadas as memórias, não se contam mais que uns minutos. Não sei nem quero saber como lidar com isso.
Quero ter-te sempre por perto.
Quero ter-te sempre por perto.
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