20.3.09

Recorrências.

Já aqui falámos da insónia, dos tictictiques persistentes, das noites que não acabam e que teimam, recorrentes, fazer-me (fazer-nos) desesperar.
Num disfarce de calor denso, o novelo da minha consciência está a disparar em duas direcções opostas, num caos que assustou o sono há umas horas e, pelo que se vai adivinhando, para bem longe. Atira (à queima-roupa) para o lado das trivialidades inerentes à convivência com os demais e às respectivas actividades mundanas, que de tantas e tão parvas, acabam por fazer mossa até na mais lustrosa e resistente couraça. Atira também para o outro lado, o das perguntas difíceis que se entalam nas gargantas, sobretudo nas daqueles que mais respostas de bolso contam.
Confesso que não daria o braço a torcer se, a meio de uma conversa, me dissessem que eu, como toda a gente, havia de rebolar na cama por esta ou aquela corriqueirice das que se resolvem com uma boa conversa. Felizmente ainda conservo o dom de me surpreender de quando em vez e, sem duvidar que tudo se resolva, permaneço estupidamente desperto.
Também assuntos há que, pelo cariz delicado adquirido ao longo dum tempo incontável, tantos anos quantos os que conhecem gente pensante, sempre tiveram a capacidade de me deixar absorto o suficiente para me esquecer de dormir, comer, ou ser agradável ao trato. O da condição da vida que conhecemos como não mais que um segmento de recta aparentemente traçado ao acaso, hoje em particular
Não pretendo alongar-me com nenhum tipo de pseudo-filosofias que não mereçam o espaço virtual que ocupam, não agora. Aproveito só para prometer que vou ler um livro que descobri existir, que fala do tipo de coisas que nos engasgam a alma, principalmente porque sei ser próximo de quem precisará de mais aconchego do que aquele que a minha boa vontade vai arranjando.Vou ler e, espero eu, recomendar.

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