14.6.09

O fim do meu dia não é o fim do dia dos outros.

O meu fim de dia é coincidente com o principio do dia dos pássaros. A necessidade de descansar o corpo acerca-se de mim assim que começo a ouvir os primeiros madrugadores, os que encontram as minhocas. São estas horas, mortas, indecentes, que não são de gente, há quem diga, que além de remeterem para uma necessidade mais ou menos intensa de finar a jornada, me brindam com uma lucidez dormente, inocente de cansaço. São estas horas que, impermeáveis a sentimentos menores, me acordam para a urgência de ser feliz. Os dias não nos espremem a tolerância, como é tendencioso argumentarmos, apenas nos distraem com inutilidades aborrecidas. Não gosto de me deitar sem restituir ao coração o que lhe é de direito.

Um comentário:

  1. Não há hora mais solitária e introspectiva que essa. Ao mesmo tempo parece um balão prestes a rebentar de movimento e de sons tão quotidianos.

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